Se o homem não tivesse uma vontade latente de sempre aperfeiçoar e melhorar suas ferramentas e utensílios, a humanidade não teria evoluído na fabricação de ferramentas de trabalho, nas negociações comerciais, na fabricação de produtos e em muitos outros aspectos. Estagnar nunca foi uma opção! Essa vontade levou o homem a dominar os metais, criar o dinheiro, reformular a indústria. Com o passar dos anos, a forma de se relacionar com as pessoas também foi aperfeiçoada, graças a criação da Internet. E hoje evoluímos para chegada da Internet das Coisas (IoT) que veio para mudar a forma que nos relacionamos com os objetos ao nosso redor, a começar pela nossa própria casa.
Esse cenário pode até ter feito parte de roteiros de produções cinematográficas, mas hoje pode fazer parte do nosso cotidiano. Assim como o celular era novidade no início dos anos 90 e foi incorporado totalmente ao nosso dia-a-dia, os dispositivos que dão vida a uma casa inteligente serão pano de fundo das nossas vidas e isso não vai demorar muito.
Um dos grandes desafios para que essa realidade seja incorporada de vez as nossas vidas é o desconhecimento dessa tecnologia. Nos perguntamos: O que é possível fazer com ela? Como ela funciona? Qual é a mágica que acontece atrás das câmeras, ou melhor, através dos dispositivos?
Pra começo de conversa a IoT nunca quis reinventar a roda, mudar totalmente os sistemas de comunicação utilizados hoje. Ou seja, a maioria das tecnologias de IoT é ainda por rádio, sem fio, para garantir uma boa flexibilidade e maior alcance. O que a IoT traz de novo para as residências são as diversas possibilidades de uso de sensores e acionadores de acordo com as necessidades que cada pessoa tem dentro de sua própria casa.
Pode-se criar um mundo de possibilidades para a aplicação desses sensores e acionadores. Basta colocar um em comunicação com o outro, para fazer determinada ação, quando for identificado determinado estado ou situação. Basicamente todas as tecnologias colocam esses dispositivos para “conversar” entre si, através de uma rede. Essa rede é comandada por um gerenciador, também denominado de Gateway, que está conectado à internet, o que possibilita a troca de informações e o recebimento de comandos através de um smartphone ou até mesmo um comando de voz. Dentro dessa arquitetura, a necessidade vai ser o fator determinante sobre qual tecnologia deve ser utilizada.
As tecnologias disponíveis atualmente se diferem em dois pontos: a quantidade de dados a serem transmitidos e a distância necessária para a comunicação entre os dispositivos. Esses fatores que distinguem se estamos falando de uma tecnologia Wi-Fi, Bluetooth, Zigbee, Z-Wave, e várias outras presentes nesse ramo. Esses são os protocolos de comunicação que permite que os dispositivos troquem dados entre si. Para o mercado de residências, é suficiente conhecermos as tecnologias mencionadas acima.
Muito conhecidos, o Wi-Fi e Bluetooth tem as suas limitações nesse tipo de aplicação. O consumo de bateria no Wi-Fi é muito elevado e seu alcance se limita a 50 metros. Com a chegada do Bluetooth 5.0, com baixo consumo de energia, já é possível identificar a possibilidade da aplicação dessa tecnologia em sistemas de IoT. Seu alcance também pode chegar a 240 metros, mas ainda assim não possui a possibilidade de criação de uma rede própria e, como o Wi-Fi, é uma conexão de dispositivo a dispositivo.
Já os protocolos Z-Wave e ZigBee possibilitam a criação de uma rede particular, o que garante confiabilidade as aplicações. A grosso modo, os pacotes de dados enviados por dispositivos com essa tecnologia não são reconhecidos por dispositivos comuns, como o celular, e por isso garante uma troca de dados segura e menos propensa a invasões. Outra característica é referente ao consumo de bateria, que é extremamente baixo, o que possibilita o desenvolvimento de dispositivos sem fio.
Esses protocolos se diferem no seu alcance, visto que o Z-Wave chega a 30 metros enquanto o ZigBee pode chegar até 100 metros. E apesar do ZigBee permitir a conexão de milhares de dispositivos em rede, ele se destaca por apresentar uma taxa de resposta mais rápida, tanto que algumas aplicações industriais utilizam esse protocolo por este motivo.
Existem muitas outras tecnologias que podem ser utilizadas, mas cada uma delas foi desenvolvida para atender à uma aplicação específica. Apesar dos esforços de se criar um padrão para essas tecnologias, quem vai ditar a regra será o próprio consumidor, em vista das necessidades específicas que possui. Nesse universo interessantíssimo e cheio de possibilidades, não existe uma tecnologia considerada a melhor, e sim a mais adequada a necessidade do usuário. E como aconteceu com nossos antepassados, vamos continuar em busca de aperfeiçoar cada vez mais as nossas coisas, só que dessa vez dentro de casa!
Samuel Couto – Gestor de Vendas Canal da Pixel TI
18/10/2019
Referências:
CORREA, Fábio Simões. Um estudo qualitativo sobre as representações utilizadas por professores e alunos para significar o uso da Internet (2013) -. Dissertação (Mestrado em ciências) Curso de Pós-Graduação em Psicologia, FFCLRPUSP, Ribeirão Preto, SP.
SINCLAIR, Bruce. IoT: Como usar a Internet das Coisas para alavancar seus negócios. São Paulo, Editora Autêntica Business, 2018.
http://lcv.fee.unicamp.br/images/BTSym-17/Papers/76926.pdf
https://www.profissionaisti.com.br/2017/11/10-protocolos-de-iot-que-voce-deveria-conhecer/